As denuncias são feitas pelo coordenador provincial do partido, Castro Niquina, que afirma que vários delegados distritais da recém-criada força política estão a ser forçados a abandonar as suas casas por motivos de segurança.
“No distrito de Mogovolas tomámos conhecimento de um plano de assassinato contra o nosso coordenador distrital. A mesma situação está a ocorrer no posto administrativo de Chalaua, no distrito de Moma”, afirmou Niquina, acrescentando que os casos estão a preocupar seriamente a direção do partido.
Castro Niquina denfende que o partido considerou necessário tornar este assunto público “para que os moçambicanos saibam e compreendam que ainda há grupos a promover comportamentos inaceitáveis”, reforçou.
O coordenador fala ainda num clima de hostilidade crescente, com ameaças que afectam directamente a vida dos membros do partido, incluindo a sua própria segurança pessoal.
“Muitos dos nossos membros têm sido obrigados a abandonar as suas casas. Eu próprio, em certos momentos, tenho evitado permanecer na minha residência, devido à presença de pessoas estranhas e suspeitas”, revelou.
Perante esta situação, o partido Anamola apela às autoridades competentes para que investiguem os casos denunciados, que considera serem um sinal claro de intolerância política. A denúncia surge num momento em que Moçambique procura promover o diálogo político nacional e reforçar o processo de reconciliação no país.
No entanto,a auscultação não conta com a participação do partido Anamola que anunciou, esta semana, um boicote à iniciativa. Em conferência de imprensa, o secretário-geral do Anamola, Messias Uareno, explicou que as condições do partido não foram atendidas.
“Esta decisão assenta, de forma resumida, no seguinte argumento: o partido Anamola solicitou formalmente a sua integração em condições de igualdade nos trabalhos da Comissão Técnica (COTE), não tendo, até à data, obtido qualquer resposta”, explicou.
Apesar do boicote, o partido anunciou que irá organizar um processo paralelo de auscultação pública, cujos resultados serão apresentados como contribuição à Comissão Técnica do Diálogo até ao dia 15 de Dezembro.