Israel lançou esta madrugada um “ataque sem precedentes” sobre o Irão, atingindo as principais instalações iranianas de enriquecimento de urânio, em Natanz, um centro de pesquisa nuclear em Tabriz, e bases militares associadas ao programa iraniano de desenvolvimento de mísseis. Os bombardeamentos atingiram também a capital, Teerão, matando diversos altos responsáveis do regime. O Irão respondeu, lançando 100 drones em direção ao território israelita e o líder supremo iraniano declarou que Israel “preparou para si mesmo um destino amargo e doloroso”. Entretanto, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu a ambos os países “máxima contenção”.
As Forças Armadas do Irã retaliaram na tarde desta sexta-feira 13, os bombardeios israelenses contra seu programa nuclear com a disparada de centenas de mísseis balísticos contra Israel.
Ao menos alguns desses mísseis foram interceptados pelo sistema de defesa aérea israelense e ao menos um deles foi destruído enquanto sobrevoava a cidade sagrada de Jerusalém. Outros, no entanto, chegaram a atingir os arredores de Tel-Aviv.
Segundo o Exército israelense, Pelo menos sete locais da maior cidade israelense foram atingidos pelo ataque com mísseis iranianos. O Exército também orientou a população a entrar nas áreas protegidas e permanecer lá até novo aviso.
Mais cedo, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu disse que esperava um contra-ataque iraniano. Netanyahu disse: “Eu lhes digo que haverá. Atingimos uma parte considerável da liderança militar iraniana e dos cientistas nucleares que lideram seu programa nuclear. Isso foi uma surpresa para eles”, disse em comunicado.
O regime iraniano confirmou o ataque. ” Há poucos instantes, com o lançamento de centenas de mísseis balísticos diversos em direção aos territórios ocupados, teve início a operação de resposta decisiva ao ataque selvagem do regime sionista”, disse a agência estatal Irna em comunicado.
Mais cedo, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou que a resposta do Irã será dura e o destino de Israel, doloroso e amargo, após os bombardeios contra alvos militares e nucleares persas.
“À grande nação iraniana, o regime sionista cometeu com sua mão maligna e sangrenta um crime em nosso querido país e revelou ainda mais sua natureza perversa ao atacar áreas residenciais. Eles devem esperar uma resposta dura”, disse o aiatolá. AFP
Esta madrugada a capital iraniana começou a ser bombardeada por Israel. Desconhece-se, para já, o número total de vítimas, mas pelo menos nove pessoas morreram e há uma centena de feridos devido aos ataques, segundo agências de notícias oficiais iranianas.
As Forças Armadas israelitas (IDF) fundamentam o ataque, que envolveu mais de 200 aviões de combate, atingindo mais de cem pontos no país com 330 tipos diferentes de munições, com o crescimento da ameaça nuclear iraniana.
Estão confirmadas as mortes do comandante da Guarda Revolucionária, general Hossein Salami, e do comandante-chefe das Forças Armadas iranianas, brigadeiro-general Mohammed Bagheri. O almirante Ali Shamkhani, um importante conselheiro do Guia Supremo do Irão, Ali Khamenei, para questões militares e para o dossier nuclear, estará gravemente ferido.
Em resposta, Teerão efectuou o lançamento de mais de 100 drones, que os militares israelitas dizem já ter começado a interceptar no espaço aéreo da Síria e da Arábia Saudita. A agência de notícias estatal da Jordânia relata que também interceptou vários mísseis e drones que entraram no seu espaço aéreo esta manhã.
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, prometeu um destino “amargo e doloroso” para Israel, após os ataques.
“Com este crime, o regime sionista preparou um destino amargo e doloroso para si, e irá certamente recebê-lo”, disse Khamenei, numa declaração publicada na Internet.
A principal autoridade política e religiosa do Irão notou ainda que o agressor vai receber um “castigo severo”, mencionando a “natureza malvada” israelita com os ataques a áreas residenciais na capital iraniana.
Também o exército iraniano afirmou que Israel e Estados Unidos vão receber uma “sonora bofetada” pelo ataque israelita.
Entretanto, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, instou Israel e o Irão a “exercerem a máxima contenção”.
Num comunicado, Farhan Haq, porta-voz do líder da ONU, condenou, de um modo geral, “qualquer escalada militar no Médio Oriente”. O documento indicou que Guterres estava “particularmente preocupado” com os ataques israelitas às instalações nucleares iranianas, numa altura em que estavam marcadas negociações entre os Estados Unidos e o Irão.
Guterres recordou que os Estados-membros da ONU têm “a obrigação de agir em conformidade com a Carta da ONU e o direito internacional”. Isto depois do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano ter dito, minutos antes, que o ataque israelita constituía uma violação do artigo 4.º da Carta da ONU.
Guterres apelou a Irão e Israel para que “evitem a todo o custo mergulhar num conflito mais profundo, uma situação que a região mal pode suportar”.