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Educação em Debate: Reflexões Sobre o Ano Lectivo 2025/2026

Ano Lectivo 2025/2026 em debate na TV Zimbo Com mais de 9 milhões de alunos nas escolas e sob o lema “Aprender com tecnologia, inovar com criatividade e transformar com paixão”, especialistas analisaram os desafios e oportunidades da educação em Angola. Faltaram carteiras, diagnósticos viraram promessas, e a ausência do Ministério da Educação marcou o debate. Mas vozes da sociedade civil defenderam: investir nas creches, valorizar professores, apostar na saúde e trazer tecnologia real para as salas de aula.

Biju Afonso por Biju Afonso
3 de Setembro, 2025
em Cultura, Mabuidi, Opinião, Sociedade, Top Rolante
Tempo de leitura:5 minutos lidos
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Por Bijú Afonso – Jornal Mabuidi

O ano lectivo 2025/2026 abriu oficialmente em Angola, mobilizando mais de 9 milhões de estudantes em todo o país. Com o lema “Aprender com tecnologia, inovar com criatividade e transformar com paixão”, o setor da educação inicia um novo ciclo que promete avanços, mas também carrega velhos desafios.

Foi neste contexto que a TV Zimbo promoveu, na noite de terça-feira, 2 de setembro, um debate especial que reuniu diferentes vozes da sociedade civil e da educação. Participaram António Pacavira (Associação Nacional do Ensino Particular – ANEP), Ademar Ginguma (SINPROF), Maria de Carmo de Oliveira (ANEP) e o pedagogo Alexandre Dias, sob a moderação da jornalista Leda Macuéria.

O ensino particular e os desafios da inclusão

Provocado pela moderadora, António Pacavira foi claro ao justificar a razão pela qual os colégios privados não utilizam os manuais do Estado:

“O Estado não fornece manuais às escolas particulares, apenas às públicas.”

Pacavira destacou que a falta de investimento nas creches compromete o futuro das crianças. Segundo ele, “60% das crianças que frequentaram a creche têm melhor desempenho académico”. Sublinhou ainda a necessidade de políticas públicas que evitem que alunos tenham de estudar longe das suas comunidades, situação que, segundo ele, “acaba por desestruturar famílias”.

Foi contundente ao afirmar que “os alunos estudam 12 anos, mas só aprendem em quatro”, chamando atenção para a baixa eficiência do sistema. Questionou a coerência do exame nacional, denunciando situações em que estudantes que brilharam em competições internacionais saíram com notas baixas nos exames internos.

Sobre o lema oficial, Pacavira foi pragmático: “Quando se fala de tecnologia e criatividade, requerem-se condições. A fatia do OGE para a educação é muito reduzida, precisa ser revista.” Defendeu mudanças de mentalidade entre gestores e professores para que a qualidade do ensino seja uma realidade e não apenas discurso.

SINPROF denuncia falta de seriedade na execução de políticas

O sindicalista Ademar Ginguma foi incisivo nas críticas à política governamental. Negou a veracidade dos números divulgados pelo Executivo sobre a construção de novas escolas.

 “Não é verdade que tenham sido construídas 2.000 escolas durante os dois mandatos do Presidente João Lourenço.”

 

Denunciou a realidade de escolas sem condições mínimas, exemplificando uma unidade no Panguila com 14 salas, mas apenas uma carteira disponível. Para Ginguma, a ideia do Presidente da República sobre o capital humano precisa sair do plano retórico: “O que se diz na teoria deve materializar-se na prática. O Estado deve assumir o seu real papel.”

Recordou ainda que no ano passado já havia participado num debate semelhante na TV Zimbo, com representantes do Ministério da Educação. “Muitas propostas foram apresentadas, mas até hoje nada foi feito. Os problemas do país são conhecidos, o que falta é transformar diagnósticos em ação.”

A formação em saúde e a polémica do curso de enfermagem

A Dra. Maria de Carmo de Oliveira trouxe para a mesa um tema sensível: a extinção do curso de Enfermagem no ensino médio. Considerou a decisão um erro grave do Executivo:

“Foi mal pensado eliminar o curso de enfermagem. O país precisa de enfermeiros, são eles que asseguram as nossas unidades hospitalares.”

Ela destacou que os enfermeiros têm sustentado a base do sistema de saúde nacional e que a falta de apoio a empresários que investem no setor da formação em saúde representa um retrocesso. Também questionou a autenticidade do lema do ano lectivo, afirmando que “foi copiado do ensino técnico-profissional”. Para a dirigente da ANEP, investir na formação em saúde é investir no futuro do país e no verdadeiro capital humano.

Um olhar pedagógico para soluções alternativas

O pedagogo Alexandre Dias trouxe reflexões mais práticas. Considerou inadmissível a realidade de escolas sem carteiras em pleno século XXI, e apresentou soluções alternativas, como parcerias entre o Estado e igrejas.

“As salas usadas para catequese ou formação religiosa podem servir como salas de aula durante a semana, desde que haja condições criadas pelo Estado.”

Reforçou a necessidade de valores éticos, morais e religiosos no sistema de ensino, afirmando que “assim como as nossas casas têm regras, as instituições também devem ter”.

Dias elogiou a iniciativa governamental sobre o capital humano, mas defendeu correções conjuntas: “A correção deve ser coletiva, não apenas responsabilidade do Executivo.”

Criticou ainda a demora na entrega de certificados por parte das escolas, processo que atrasa a matrícula de muitos alunos no ensino superior. Concluiu defendendo maior acesso à tecnologia: “Se queremos ensino de qualidade, é preciso que os alunos tenham computadores e saibam manuseá-los na prática, não apenas na teoria.”

Apesar da riqueza do debate, um ponto não passou despercebido: a ausência do Ministério da Educação. Para muitos, a presença da instituição teria acrescentado uma visão oficial e esclarecido as metas e medidas para o novo ano lectivo.

O debate da TV Zimbo mostrou que, embora haja entusiasmo com o arranque do ano escolar e a retórica sobre tecnologia, criatividade e paixão, persistem desafios profundos. Falta de infraestruturas, incoerências nos exames, escassez de materiais, ausência de investimentos em creches e cursos estratégicos são apenas alguns dos problemas apontados.

A educação continua a ser o coração do desenvolvimento nacional, e as vozes ouvidas na televisão lembraram que não basta proclamar lemas inspiradores: é preciso transformar a paixão em políticas concretas e a criatividade em soluções aplicáveis.

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