Segundo audios postos a circular nas redes que o Reporter Angola, fez referencia, acusam os dois homens ligados ao PCA da Sonangol, Sebastião Pai Querido, de terem desviado cerca de 180 milhões para silenciar o activista e consultor Sabalo Salazar , do laboratório ” Sakatindi”.
Em declarações ao Repórter Angola, Salazar, confirmou apenas ter recebido 49 milhões de Kz durante os 6 dias que esteve em Luanda, para prestar um serviço de consultoria a uma empresa.
O epicentro do escândalo é Sakatindi, um consultor que detinha dados sensíveis sobre a Sonangol. Segundo uma gravação interna, um intermediário, identificado como Mauro, negociou um pagamento de 80 milhões de kwanzas para que a informação não fosse divulgada. No entanto, o acordo teria sido alterado após a chegada de Sakatindi a Angola, quando ele se reuniu com um funcionário de segurança da Sonangol, supostamente o Diretor de Segurança Hermenegildo Otávio Lourenço Kulendo.
A gravação indica que a oferta original foi inflacionada para 180 milhões de kwanzas. A traição veio a seguir: o responsável por liberar os fundos repassou apenas 45 milhões de kwanzas a Sakatindi, retendo o restante do valor.
As evidências documentais corroboram parte da história. Uma solicitação de transferência bancária, datada de 28 de agosto de 2025, mostra a empresa RAI&NOR – Investimento e Prestação de Serviços, Lda transferindo exatamente 45 milhões de kwanzas para uma conta em nome de Sebastião José Salazar. A transação foi efetuada através do Banco YETU.
Ao ser contactado pela nossa redação, o empresário Chimuco, acionista majoritário do banco, recusou-se a fornecer qualquer pormenor sobre as transações. A sua recusa em comentar o caso levanta sérias questões sobre a transparência da instituição financeira e o conhecimento da administração do banco sobre a origem e o destino dos fundos.
A Ligação Interna e o Voo de Regresso
A investigação aprofundou-se e identificou a suposta fonte das informações vazadas como Adilson, um jovem descrito como próximo da direção de segurança da Sonangol. Essa revelação aponta para um vazamento de dentro da própria estrutura de segurança, tornando o esquema ainda mais alarmante.
O caso ganha mais uma camada de complexidade com a prova de viagem. Um bilhete de embarque da TAP Air Portugal em nome de Salazar/Sabalo para um voo de Lisboa para Luanda, datado de 24 de agosto de 2025, sugere que o indivíduo retornou a Angola pouco antes da transferência do pagamento ser realizada.
A ausência de transparência e a discrepância entre a narrativa e os documentos levantam sérias questões sobre a integridade da gestão na Sonangol. O caso exige uma investigação transparente para esclarecer o destino final do dinheiro e responsabilizar todos os envolvidos.